20160308

8 mulheres que fazem com que todo dia seja delas



Qualquer dia é dia delas, incluindo (principalmente) as noites. Mas nunca é demais aproveitar a efeméride celebrada hoje para homenagear um seleto clube de mulheres: aquelas artistas que, pela postura, pelo rumo dado à carreira ou pelas consequências de suas escolhas, desafiaram um meio dominado por homens e fizeram a sociedade patriarcal, machista & misógina se dobrar ao seu talento. Todo poder a elas!

BILLIE HOLIDAY | Negra e pobre, comeu o pão que o diabo amassou: foi violentada aos 10 anos, aos 12 fazia faxina em um prostíbulo e aos 15 caiu na prostituição em Nova York. Seu jeito sofrido e sensual de cantar jazz a livrou das ruas, mas nem o sucesso apaziguou seu espírito. Morreu em 1959 de cirrose hepática, reflexo do vício em álcool e drogas.



NINA SIMONE | Já era uma cantora consagrada de jazz quando abraçou o movimento negro na década de 1960, defendendo a luta armada para garantir igualdade de direitos nos EUA. De temperamento complicado, acentuado pela medicação para o transtorno bipolar, nunca levou desaforo para casa – mesmo que tal postura acabasse prejudicando sua carreira.



RITA LEE | Formou com os irmãos Dias Baptista a mais incrível banda brasileira, os Mutantes. Quando o grupo perdeu a graça e partiu para o progressivo, pegou sua espontaneidade e foi ser feliz em outras companhias. Primeiro com a banda Tutti-Frutti, depois com o marido Roberto de Carvalho, protagonizou alguns dos momentos mais inspirados do rock e do pop nacional.



PATTI SMITH | Poeta, cantora, compositora, ativista. Depois de vagar pelos subterrâneos artísticos nova-iorquinos, estreou em disco em 1975 com uma fusão de rock, punk (que nem existia direito ainda) e poesia. Os versos que abrem o álbum, da música Gloria, de Van Morrison, sintetizam sua trajetória: “Jesus morreu pelos pecados de alguém, mas não pelos meus.”



DEBBIE HARRY | De 1978 até meados dos anos 1980, ninguém foi mais sexy e identificada com a sua época. Loira, linda e sem se importar com o que os outros pensavam, a ex-coelhinha da Playboy liderou a banda new wave Blondie, estendendo sua influência para a moda e o comportamento. Eles a cobiçavam, elas elas queriam imitá-la – e muitas também a desejavam.



CHRISSIE HYNDE | Poderia estar nessa lista exclusivamente pelos méritos musicais à frente dos Pretenders, grupo inglês que emplacou hits na década de 1980. No entanto, entra aqui por ser autora da frase que, em poucas palavras, expressa a diferença entre pop e rock e dispensa tradução para ser entendida: “Pop is about saying ‘fuck me’. Rock is about saying ‘fuck you’.”



MADONNA | A material girl talvez já se desse por satisfeita se a música apenas a tirasse do anonimato. Com o tempo, porém, soube estabelecer uma via de mão dupla com o sucesso, absorvendo novas tendências e lançando tantas outras. Tornou-se rainha do pop e, em 30 anos, já viu muitas ameaçarem seu trono. Nenhuma, porém, capaz de tirar sua coroa.



LAURYN HILL | Muitas rappers vieram antes, como Queen Latifah e Lil’ Kim. A proeza da ex-Fugees foi, graças à falta de educação de seu disco solo, ter se tornado a mulher com mais indicações ao Grammy, em 1999 – das 11, levou cinco, entre os quais melhor álbum e melhor cantora. E, mais importante do que prêmios: abriu o mercado para outras colegas do estilo.



(coluna publicada hoje no Diário Catarinense)

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