20150619

A estrela que brilha além do Superstar

Uma das favoritas a vencer o programa Superstar, a banda Scalene apresenta-se hoje em Florianópolis. Com abertura das locais Nebula Dogs e Blame, o show na Célula marca o lançamento de Éter, segundo disco de uma trajetória que se insinuava promissora bem antes dos brasilienses arrebentarem na TV. Lógico que invadir lares do país inteiro após o Fantástico está ajudando (e como!) a torná-los conhecido por gente que, de outra maneira, jamais saberia de sua existência. Mas há muito mais por trás do tela içada sempre que o grupo ultrapassa 60 pontos.



Por telefone, o guitarrista e vocalista Gustavo Bertoni conta que “tem sido muito maluco lidar com milhões de pessoas com um um som que nem é tão acessível”. Apesar da alta votação de “Surreal”, “Danse Macabre” e “Náufrago” (das quais apenas a última é do novo álbum) ter surpreendido os próprios integrantes, eles já estavam prevendo grandes emoções em 2015: com exceção do baterista Philipe, formado em Moda, Gustavo, o irmão Tomas (guitarra) e Lucas (baixo) trancaram os cursos de Publicidade, Direito e Museologia no início do ano para se dedicar à banda que criaram em 2009.

A aposta está funcionando. E o melhor, sem abrir mão da identidade, como comprova “Legado”, o primeiro single de Éter. Com influências que vão dos consagrados Queens of the Stone Age e Radiohead aos incógnitos Thrice e O’Brother, o Scalene consegue alcançar diversos públicos “com um som feito por jovens, que agrada os mais velhos; com referências obscuras, sem perder o apelo comercial; para quem gosta de um trabalho feito com honestidade e suor, em que a música vem antes do produto”. Uau! A mesma descrição feita por Gustavo poderia ser usada para o Nirvana. Deu no que deu.

Expectativa exagerada
Papa da dance music, Giorgio Moroder é mais respeitado hoje do que quando produzia hits para Donna Summer. O que era tachado de cafona na década de 80 tornou-se sinônimo de cool no século 21. Assim, criou-se enorme expectativa para Déjà Vu, seu primeiro disco solo em 30 anos. Nele, o italiano faz o que sempre fez: música para pista, agora com cantoras como Kylie Minogue, Britney Spears e Sia, entre outras menos cotadas. Espantoso, aí, é achar que seria diferente.



POP POR TABELA ||||||| PERDÃO, JAH
Compare os recém-lançados CDs de dois cantores de reggae:

Alborosie
CONTEXTO Italiano, considerado a maior revelação do estilo nos últimos tempos
O QUÊ Alborosie & Friends, CD duplo com duetos com colegas do reggae
E AÍ Cadê o Armandinho?



Maxi Priest
CONTEXTO Inglês, primeiro nome do gênero a liderar as paradas, em 1990, com “Close to You”
O QUÊ Easy to Love, primeiro CD inédito em sete anos
E AÍ Gosto de mofo



(coluna publicada hoje no Diário Catarinense)

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