20090131

Camiseta marota para sair no sábado #24

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Homenagem ao T-Shirt Hell, reduto das camisetas mais nocivas da internet, que anunciou seu fechamento no próximo dia 10.

[dica do Dauro]

Doze músicas de 2008:
8) KALEMBA, Buraka Som Sistema

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Vindo de onde vem e adepto do estilo musical com o melhor nome de todos os tempos, o trio luso-angolano já garante seu apelo apenas por existir. Em seu segundo disco, a missão de botar o – com trocadilho – kuduro para chacoalhar pelas pistas mundo afora ganha seu argumento mais convincente com as rimas de Pongo Love. Enquanto ela pede passagem com seu sotaque delicioso, reina o batidão redentor.

(extraída do disco Black Diamond)

20090127

Doze músicas de 2008:
9) PROFANITY PRAYERS, Beck

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Por mais ilustre e requisitado que fosse, o produtor de um disco de Beck nunca mereceu atenção, porque o titular da obra garantia os holofotes por si só. Até Danger Mouse ser convocado para o posto. A metade nerd do Gnarls Barkley ocupou tanto o noticiário que a música na qual o patrão lembra-se como era bom (ah, saudade...) ficou em segundo plano, guardada lá no finalzinho do álbum e interrompida de forma abrupta.


(extraída do disco Modern Guilt)

20090120

Cinco blogs musicais de 2008

1 | Mashups e remixes intercalados por notícias alusivas a reinações sônicas atualizadas com frequência diária carimbaram sua entrada no Hype Machine, amplificando o hype que já provocava por conta própria.

2 | Primor de organização e bom gosto, descreve o tipo de música de todos os discos e singles disponíveis, fornece mais de uma opção para acessá-los e – mais para descargo de consciência do que para ser propriamente acessado – aponta o MySpace do artista.

3 | Foi, disparado, não apenas o blog em que conheci mais músicas em 2008, como aquele do qual eu mais gostei do que baixei. Dave me apresentou Bag Raiders e dividiu comigo a mesma paixão (pois é...) por Cut Copy, Van She e Presets, exagerando para enfatizar a existência de um universo online musical que prescinde do mercado convencional para conquistar até os quadris mais recalcitrantes.

4 | Um acervo absurdo de discos dedicados à música negra em todas as suas vertentes com direito a, volta e meia, algum livrinho com palavras de ordem em pdf. O único senão é não ter assinatura - mas cada um com suas idiosssincrasias.

5 | Alvo da política repressora (e bundona) do Big G, o canadense transferiu-se para o WordPress, adotou um logotipo mais clean (esse aí do lado é o antigo) e continuou a brindar seus frequentadores com “ghetto elektro music”: um rótulo para lá de abrangente, que pode se referir desde a um remix não-oficial de Kanye West à última novidade saída da mente doentia de algum moleque nervoso munido de um notebook e meia dúzia de programas pirateados. O que não muda é a empolgação destinada a cada faixa, abusando dos “amazing” e “superb” para tornar inevitável o clique.

20090119

Doze truques de 2008:
9) MISTAKEN DREAMS COME TRUE, DJ Fac

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Mashup bom funciona mesmo sem o conhecimento prévio das músicas utilizadas. Em muitos casos, inclusive, ignorá-las até salva a percepção – como neste, que amarra a batida infalível de um R&B xarope aos miados que Erikah Badu empresta ao rap (também xarope) de seu amigo de infância. A sacada está em filtrar o pouco que presta de cada original. Do resto, a precisão suíça se encarrega.

Doze truques de 2008:
10) DOES ALICE IN CHAINS OFFEND YOU?, Aggro1

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Além de agressivo, o americano Tim Blore é ardiloso. Postado na véspera de Natal, seu conluio entre “We Are Rockstars” e “Man in the Box” mexeu com a memória afetiva, fornecendo o pretexto para curtir o CLÁSSICO do Alice In Chains. Para todos os efeitos, está rolando o mini-hit do quarteto inglês revelado em 2008. Mas, por trás dos detalhes em neon, há uma camisa de flanela xadrez.

20090115

Há um ano frustrando expectativas

Segundo o horóscopo egípcio, os nascidos em 15 de janeiro são influenciados por Anúbis – o deus com cabeça de chacal, o guia dos mortos, o mediador entre o céu e a Terra, temido pela frieza e severidade do seu juízo. Aqueles que estão sob seus auspícios têm grande força de vontade, paciência e inteligência aguda. Sabem conduzir o seu destino, fazendo sucesso em qualquer setor. Mas esse reconhecimento demora a chegar, porque Anúbis é o senhor do tempo e retarda as conquistas. Embora sejam fiéis, têm excesso de ambição e exagerado orgulho que, às vezes, os torna egocêntricos e pouco modestos.

Tudo a ver com este VEÍCULO, que hoje completa um ano.

Doze músicas de 2008:
10) SUPERNATURAL SUPERSERIOUS, REM

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No tempo em que Michael Stipe ainda disfarçava, destacar-se no circuito independente poderia levar a um contrato com uma grande gravadora que distribuísse a boa nova para a massa comprar. Bem, a fila andou e quase nada é como era antes. Por isso, dá uma satisfação danada ver o REM acertando bonito. Sem precisar se adaptar, a banda representa o modelo vitorioso de um mundo que não existe mais.

(extraída do disco Accelerate)

20090114

Doze músicas de 2008:
11) ALL THAT I HAVE, Findlay Brown

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Nunca tinha ouvido falar de Findlay Brown. Tirando que é inglês, estreou em disco em 2007 e é rotulado como folk moderno, continuo sem saber muito a respeito dele além do que os ouvidos acusam: um pop retrô com a fofura pungente e plangente de um romance colegial na Sessão da Tarde. Tudo indica que seu autor é um enganador condenado ao Nuggets da História como um Chris Isaak indie. Baita distinção.

(extraída do EP All That I Have)

20090108

Em alguma banca longe de você

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Está impressa a nova Cartaz – comigo acumulando a função de editor com o posto de colunista de música que já vinha ocupando durante a gestão da colega Kátia Klock. O bom do cargo é poder colocar na capa o Discobot, o Mottorama e o Superpose, aproveitando que as três duplas lançaram a compilação Subtropics com o firme propósito de promover o electro-rock da ilha para além da ponte. O ruim é ter de assumir vacilos fáceis de evitar se o fechamento não tivesse ocorrido em uma madrugada movida a estimulantes lícitos. Foi só pegar a revista na mão que achei um erro daqueles de dar arrepau no pio: substantivo no plural seguido de verbo no singular.

Mais falhas devem ser encontradas por quem a ler com a acuidade que me faltou. Para isso, seria conveniente primeiro encontrá-la. Ninguém na empresa editora soube me informar se já está sendo distribuída. “Mas você pode comprar aqui direto da gente, aceitamos até Visa Electron”, responderam para mim, levantando a dúvida quanto à seriedade da afirmação. Depois colocam a culpa na crise. Mesmo também gostando de atribuir os meus defeitos a terceiros, o máximo que consegui foi avacalhar com o comércio local por não vender um penico que deixasse a capa mais toscanamente similar à sua inspiração. Em compensação, não faltou o que se faz nele.

Mais tarde coloco a matéria aqui para mostrar que estou depreciando o trabalho apenas para que o consumidor me desminta com mais veêmencia. Ficou linda.

Doze truques de 2008:
11) I FEEL PRETTY FLY, MadMixMustang

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Gunter, glieben, glauten, globen. Assim como o alemão da frase anterior, associar Offspring – que a usou na introdução de um de seus grandes sucessos – a James Brown não faz o menor sentido. Não para o responsável pelas combinações mais inventivas e insólitas do ano. Direto da Batávia, o quituteiro sacou que o Mr. Dynamite poderia emprestar legitimidade ao comportamento de negão do branquelo. Pelo menos na levada.

20090107

Doze truques de 2008:
12) WONDERLIE, ComaR

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Entoados sobre a base de “Don’t Lie”, dos Black Eyes Peas, os vocais do baladão do Oasis perdem toda a dramaticidade. A mudança de humor brota de um mashup simples, que ficou com a maior pinta de hit do... Sugar Ray. Por mais duvidosa que seja a referência, a reinação do gaulês refresca o caminho até a praia. Se bobear, é capaz ainda de arrancar um sorriso de alguma moça desassistida, transformando a rejeição em receptividade.

20090106

Doze músicas de 2008:
12) HAPPY, N.E.R.D

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Quando não estão produzindo Britney, Kelis e outros pandeirões, Pharrell Williams e Chad Hugo (mais o baterista Shay Haley) brincam de banda. Apesar da liberdade que a proposta sugere, não oferecem nada superior aos trabalhos que lapidam para seus clientes. Nesse negócio que não é sério nem formal, justamente o lado mais forçado acaba sobressaindo. Ignore as garotas na fila do banheiro e sacuda a carapinha com esse falcaTRUE alternativo.

(extraída do disco Seeing Sounds)

20090105

Ano novo, lista velha e o ritmo de sempre

Todos criam suas listas. Também a minha vou criar. Os nossos sons, nossos hits, nossos micos, nosso bem-estar. Nosso beat tem mais groove; nossa onda, mais tra-la-lá. Nossas garotas, mais ternura no olhar. Sinto pena de não termos um Camilo para lembrar. E um Matias para louvar, para o Marquinhos exaltar. Mas todos criam suas listas, também a minha vou criar. Preste atenção, perdi a vergonha, vou começar. *

* para ser cantada como "Florianópolis", de Luiz Henrique Rosa